terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Casulo


É tempo de recolher-me
Os ventos estão mudando
e minha casca já não me cabe.
Estou em ebulição.
É tempo de reflexão.

Meu inverno sopra novas folhas
os perfumes,com elas, se vão.

Meu sagrado é
um escuro e chuvoso
talvez dia, mas
quem sabe noite.

Silenciando as vozes
sou óvulo novamente
retorno à minha cela,
minha célula
que em resposta
transforma-me
...
Tenho cores agora,
posso sair em busca
dum brilho qualquer,
um brilho vão,
um sonho d'ouro
de um tolo.

No vôo intermitente
de asas que batem
costurando linhas confusas,
traço um enigma,
meu paradigma,
sabor de quem borda.

Risco pontos
entre um jardim e outro;
nos tecidos vivos
palavras desfalecidas
vegetam e esperam,
e esperam, e esperam,
beber das minas,
águas de prata,
fonte in finita.

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