quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Desertos Urbanos


Não há mais o mar
em nossas gargantas
esmaeceu o som
alma da canção
simbiose do sim;
Deserto em mim
em nós
nem pedras porosas
nem poderosas rochas
Grãos
finos, pequenos
irrelevantes
grãos de areia
espalhados
no espaço
estéril
seco e surdo
silente
Sussurro temente
morto se faz
traçando em torrente
som oco que apraz
Um gemido
atrás da porta
um grito
um sopro
sibilo
mudo
jaz

na multidão.


RJAD



O boulevard de Montmartre de Paris, Camille Pissarro

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