segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Champs Elysées



Não olhe-me
que teu olhar provoca
como a ira dos Deuses.
Temo
já sem medo.
Temo
por paixão.


Não olhe-me
que o infinito
de teus olhos
devora-me
e, presa em sonhos,
rendo-me.


Não olhe-me!
Então rezo
ao céu sagrado,
preferia ter olhado
as esmeraldas
de Medusa,
mas que perdi
minha égide
diante de ti.
Era eu tágide
hoje morri.
Tejo que
não posso ter,
de todos é,
mas só meu
no querer.
Erro meu,
ledo engano,
Engano de Leda
atomizada,
Fragmentada.


Pública e púdica
por esparsas cenas,
Fugidas,
bramidas
duma essência que passa
em tempo volátil.
E o que ficam
São histórias
pequenas lendas
mentiras saborosas.


Meu Hefesto que
forja o duro metal
em frente Afrodite,
desejo Real
devastando frestas,
passagens secretas
de mim, ego, id...
profundo.


Mito secreto do mundo
o que a alma engana,
pura e profana,
Tua lança atirada
num coração fadado,
Punhal cravado
em boca errada.

Não olhe-me...,
pois que meu olhar
recebe o teu
como rosa
que se abre
ao raio de sol
penetrante,]
fogo de Prometeu
que não dosa,
chega, invade,
Luz Fulgurante.


RJAD


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