quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Amores e Partidos

Dizem que é difícil dizer adeus.
Mas, para muitos, é mais difícil dizer "olá"!
Por mais que pense, ainda não sei dizer o por quê.
Talvez haja mais medo que vontade, e o medo é uma parede larga e alta,devorando vidas e objetos, calando objeções e beijos, ameaçando uns olhos de sonhos, os quais não se postam a mostrar que são maiores por dentro do que por fora.
E de tanto medo, muita dor, e de tanta dor muita fuga, e de fugir perdeu-se entre as linhas paralelas da parede fria que não é capaz de amar.

RJAD 11/11/11 01h58


quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O desejo é só o fantasma assombrando meus sonhos na escuridão, quando ele chega leve e lento, à luz, ao relento, esfacela-se de realidade, restando só, em si, uma semente afundada em meus olhos de terra e ilusão.

RJAD 03/08/11

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Roll

Changing , being as organic as life can be.

Passionate, loving life, even it seems that dead is around my way of live on earth.

A little crazy and kid, because I smile and laugh all the time that I can and I cry all the time that I need and I feel everything under my skin


segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Only if...

If I only dream...should I be an illusion or a reality beyond a veil?

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

No que vislumbrava
um futuro ofuscado
deixei a mim violar
a verdade de vidas
diárias e vozes
vorazes

e minhas antigas
luvas rendadas
enredavam-se
agarravam-se a sua
fuga fragmentada.


Ah verdade vacilante!
que a mim fez violentada
e mesmo a mancha
em minha veste imaculada
pousou no símbolo
de meu mundo
que era nada.


A sólida imagem areada
Traz o senhor dos sonhos
Nessa minha madrugada

 
A vestal veste-se de vinho
nas veias bacantes
num beijo em brasas,
mostrando não de anjos,
mas de corvos
suas asas.


RJAD 15/12/10

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Sublimação

Já joguei tudo o que eu tinha e atirei-me da janela ao vislumbrar o amor. E ele, olhando-me aos pedaços no chão, pulou sobre minhas partes, acendeu um cigarro e saiu andando pela cidade.

RJAD 18/06/10

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Guinevere

Agora ela não era mais escrava. Quando as algemas foram tiradas, saiu em disparada sem olhar para trás. Correu. Desvairada e sorridente. Ria um riso alto solto que subia aos céus.

Então, também podia sonhar, tudo aquilo que guardava tão sofregamente no coração.

Gargalhava ensandecida; deixava a torre que a prendia e seguia pela trilha de terra dura e úmida por entre o mato - aquela relva fresca ainda tão verde – e nem sabia para onde o caminho a levaria.


Ao longe.


Tudo podia ser. Quase não restavam mais amarras, que a continham em pulso firme. Ria-se de tudo, da própria Fortuna de outrora, dos olhos sisudos que a controlavam; ria também do medo que tinha do juiz de suas ditas, aquele feroz que a vigiava incessante até quando dormia ou sonhava, acordada, as paixões de uma vida.
Ria largamente da existência que deixava. De conta certa, deu as costas ao passado e sorria convidativa para o novo, esse estranho.


Estranho.


Caminhou mais calmamente numa alegria amena ao pensar nesse desconhecido que acabara de chegar, esse novo algo, quem sabe o que. E continha as linhas da face e a fenda nos lábios. Num som quase mudo, sorria em campo aberto.

E tremeu diante do rio a sua frente e riu um riso nervoso de um mundo novo.


Dilema.


Já não fechava mais os olhos e, estática, amedrontava-se a obsessiva donzela. Tudo diferente, incerto, não-sabido, não-permitido. Vida aberta, mata adentro, rio afora, tudo muito profundo e irreconhecível; tão diverso das paredes de pedras geladas e escuras que costumavam conservá-la, guardá-la em sua servidão hipnótica.

Liberta, não sabia o que fazer, presa, já conhecia os descaminhos.

Olhou ao redor para a sua liberdade e não sabia o que possuir, o que ser ou o querer. Já não tinha sonhos; podia fazê-los e não os sabia mais.


Nada em que prender-se.


Girou a cabeça e, com os olhos na direção do firmamento, empalideceu; parecia que aquele imponente azul cairia sobre ela, sobre seus pensamentos. Novos olhos inquisidores a observavam, ou os velhos olhos em um novo mundo.

Diante da culpa que cingia sua alva roupa num rubi luxuriante, havia que decidir. Seus olhos já não eram celestes, cobriam-se dos véus mundanos. Mas ainda assim um rosário torneava-lhe a direita mão.


Desvelo.


Não restavam incertezas, era só uma a escolha.

Olhou para o rio escuro e caudaloso, olhou para a cela na penumbra mortalmente calma.

Era sofrer no eterno ou no interno.


Respirou profundamente, decidiu o seu destino e correu.






Roberta Domingues 13/03/08